O que significa um jogo de futebol pra você?

Pode ser só um resultado, uma distração, quase sempre um momento trivial. Ou pode ser o cenário de um sonho, um único momento de prazer, um ritual, uma questão de honra.

Você pode querer apenas tomar sua cerveja e analisar como joga seu time. Ou você pode ter insônia, contar os minutos pra uma partida, evitar as palavras proibidas e vestir sua camisa da sorte antes do jogo.

Dona Eloísa deve vestir suas meias verdes nesta noite. Enquanto a pandemia não permite que, aos 80 anos, ela suba a absurda ladeira que liga o Pacaembu à Avenida Dr. Arnaldo, ela certamente cantará o hino em sua casa, de onde também ecoará seu clássico “Tiira”, palavra de ordem mediante qualquer ameaça em nossa área.

É impossível dissociar a história da Sociedade Esportiva Palmeiras da história do maior clássico do Brasil. Um jogo que, quase sempre, começa antes mesmo de começar.

Um dérbi como o que acontece na noite desta quarta-feira (e no próximo sábado) envolve superstição. Envolve o orgulho de nossa história vitoriosa, de nossas arrancadas heroicas, de nossas crias, do peso de nossa camisa e de nossa paixão pelo Palmeiras. Envolve nossa história de vida, de gerações, de afeto. Envolve, sobretudo, acreditar.

Estaremos em campo com nossos meninos. Estaremos em campo sem carregar o que é pequeno como faz o lado de lá. Estaremos preparados para esse momento de sorte e de virada, porque sabemos que ela sempre vem pra nós.

Se você não acredita em nada disso, me deixa.

Avanti, Palestra!