Por falar em aniversário
A data 26/08 é do Palmeiras. A 27/11 é a minha. E essas datas estavam cruzadas.
Quando o Cuca disse “Nós vamos ser campeões brasileiros… Nós vamos buscar”, muita gente duvidou, riu e fez piada. Nós, por menor que fosse a esperança, acreditávamos e fazíamos contas.
E foi em uma dessas contas que percebi que o título poderia vir no dia do meu aniversário. Fui consumida por um sentimento de euforia e expectativa e ao mesmo tempo, tentei me manter tranquila porque aquilo poderia não se tornar real. A conquista poderia vir antes ou depois, não importava, ser campeão importava mais.
27/11/2016, domingo, meu aniversário de 20 anos, jogo decisivo no Allianz Parque contra a Chapecoense, ansiedade em todos os sentidos da palavra, por todos os motivos possíveis e imagináveis.
Almoço de família, comemoração, parabéns; peguei o carro, camisa da sorte e bandeira do Palmeiras, rumo ao bar dos palmeirenses de Campinas, conhecido por “Bar do Presta”.
“Fui, partiu, o enea é do Palestra”.
A sensação era de estar na Turiassu, a emoção, o grito entalado, não importava o lugar, a distância do Allianz Parque, o sentimento de todos os 18 milhões de palmeirenses espalhados pelo mundo era o mesmo e exalava mutuamente. E onde haviam palestrinos, havia um pedaço do Palestra Itália.
Do “Meu Palmeiras” ao gol do Fabiano, os 22 anos de espera teriam um fim. Lágrimas, gritos e abraços de completos desconhecidos, representações do ápice daquele dia que poderia não ter fim.
Se tem uma palavra que me vem à mente todas as vezes que penso naquela tarde de domingo é IMPROVÁVEL.
O dia improvável, o título que poucos apostaram que seria nosso, o gol do jogador mais improvável possível, a comemoração de aniversário mais incrível e improvável que alguém poderia ter.
Não costumo acreditar em sorte, coincidência, destino e todos esses clichês que são utilizados para justificar os acontecimentos da vida.
Talvez o universo tenha colaborado um pouquinho comigo ao me dar o melhor dia da minha vida e foi tudo muito mágico.
São por esses e outros momentos que ser palmeirense é tão inexplicável.
E nesse aniversário de 103 anos, nada mais justo que contar sobre o melhor presente que a Sociedade Esportiva Palmeiras poderia dar no meu aniversário de 20 anos.
O dia 27/11 nunca mais será o mesmo, assim como o dia 26/08 nunca mais foi o mesmo.
“Te amo tanto meu Palmeiras.
Minha fé.
Religião.”
Autora : Letícia Basto Pigari