Os 100 minutos mais bizarros da vida do palmeirense
O nome desse pós-jogo foi uma ideia da nossa colunista Thaila. Ele é longo, sim, para combinar com a noite de ontem, um jogo agoniante que parecia nunca ter fim.
No fim do jogo, garanto à vocês, eu estava assim (e imagino que vocês também):
Mesmo que tenham se passado 12 horas do apito final, ainda é difícil colocar em palavras o que foram os mais de 100 minutos jogados ontem. Jogados? Pelo River, sim. Pelo Palmeiras, foram 100 minutos de sobrevivência.
Logo no início do primeiro tempo já deu pra perceber o que poderia acontecer. O Palmeiras parecia perdido, com medo, não ganhava uma bola no meio de campo e tirava o pé das divididas (e foi assim durante todo o jogo). Entrou com salto alto? Soberba? O mosaico com as duas taças inflamou o ego do River Plate? Um pouco de cada coisa, talvez. O que é inegável é que o Gallardo, técnico argentino, deu um nó tático no português Abel Ferreira, assim como o Abel Ferreira deu um nó tático no Gallardo no jogo da semana passada.
E a torcida palestrina viu aquela vantagem criada em Buenos Aires cair por terra na grama sintética. Antes dos 30 minutos de jogo, após uma sequência de erros do alviverde, o River Plate abriu o placar com Rojas. O gol fez nitidamente abalou os donos da casa, assim como foi há uma semana.
Ainda no primeiro tempo, o xerife Gustavo Gómez sentiu uma lesão e pediu pra sair. Luan entrou em seu lugar e a zaga passou a ser composta por Alan Empereur e Luan.
Antes dos 45 da primeira etapa, o River chegou. De novo, após uma sequência de falhas do setor defensivo do Verdão. 2 a 0 River Plate e a vaga para a final parecia escapar das mãos do Palmeiras.
Quando o intervalo começou, a gente pedia apenas para Abel Ferreira dar um jeito no time, ajustar o que estava errado e fazer o que deveria ter feito no primeiro tempo. Na tentativa de mudar a dinâmica de jogo palestrina, o técnico português colocou Breno Lopes no lugar de Gustavo Scarpa (que havia errado tudo).
E quem disse que teríamos paz no segundo tempo? Pois é, amigos e amigas que leem este pós. O Palmeiras nos obriga a fazer acompanhamento psicológico. Coitada da minha psicoterapeuta na sessão que vem…
A segunda etapa parecia um copia e cola da primeira. O Palmeiras levou o terceiro gol e, ali, tais pensamentos vieram “Já era”, “Acabou”, “Esquece isso aí”. Só que no meio do caminho (para a nossa sorte), tinha o VAR, tinha o VAR no meio do caminho. O gol foi anulado, corretamente, pelo árbitro de vídeo e o 3 a 2 no agregado continuava, ali uma esperança de que o resultado ficaria assim bateu, no entanto, o jogo ainda seria longo…
O time argentino ficou com um jogador a menos, o autor do primeiro gol, Rojas, levou o vermelho. Quem também foi expulso foi o auxiliar técnico do Abel.
Na sequência, pênalti para o River. De novo, o desespero, que já estava alto, se intensificou. E aí, no meio do caminho tinha o VAR, tinha o VAR no meio do caminho. Corretamente, mais uma vez, a jogada por anulada.
Foi o respiro necessário para o time e para a torcida. UFA!!!
Danilo, que fez a sua pior partida desde que começou a vestir a camisa profissional do Palmeiras, deu lugar ao Veiga e Marcos Rocha saiu para a entrada de Kuscevic. Antes, Emerson Santos havia entrado no lugar de Zé Rafael. Era, literalmente, um jogo de ataque contra defesa. Parecia que o time com a menos (ou mais) era o Palmeiras.
Ao caminho do apito final, Breno Lopes desperdiçou um contra-ataque.
Antes do apito final, que parecia nunca chegar e a gente já não aguentava mais o jogo, teve VAR de novo, em um possível pênalti que virou impedimento.
Já disse algumas vezes, não acredito em sorte e o futebol não é exato. Confesso que a desconfiança que diversos torcedores estavam para o jogo de ontem, não pareceu ser em vão. De certa forma, a gente sabia o que aconteceria. A gente conhece o time que torce. Confesso, também, que os Deuses do Futebol estiveram ao lado do Palmeiras e de Weverton. O goleiro foi fundamental para a classificação para a final.
Me desculpem se algumas partes desse pós ficaram desconexas, sem coesão e coerência. Ainda está difícil encontrar palavras para expressar o que senti com o que aconteceu ontem. É a primeira vez que vejo o clube chegar em uma final de Libertadores, do jeito que vejo o Palmeiras há 24 anos: sofrido.
O sofrimento foi total. Foi desesperador. Quase não deu, mas chegamos.
ESTAMOS NA FINAL DA LIBERTADORES DA AMÉRICA APÓS 21 ANOS!!!
#AVANTIPALESTRA
Autora : Letícia Basto Pigari