O Palmeiras recebe o River Plate na partida de volta da semifinal da Libertadores, após boa vantagem conquistada na Argentina.

Na terça-feira da semana passada quando vimos o Palmeiras fazer o primeiro gol em Bueno Aires, o coração alviverde respirou aliviado, pensando que aquela vitória magra era um passo gigante para o jogo da volta.

Mas o alviverde foi pra cima. No segundo gol, o palmeirense era só alegria, não acreditava naquela vantagem incrível em plena Buenos Aires. Mas ainda respirava tenso, pensando se o River marcaria o seu gol pra tirar o zero do placar e já queria o final da partida.

Mas isso não aconteceu e pelo contrário, o 2 deu lugar ao 3 no placar dando aquele sonoro e pesado 0 x 3 para o Palmeiras na Argentina. No solo dos hermanos, o verdão foi cirúrgico e deixou o River apático sem entender o que lhe tinha atingido. No terceiro gol eu não gritei, não me mexi, apenas senti uma lágrima escorrendo pelo olho, enquanto meu corpo todo se arrepiava. Nem no ápice do otimismo qualquer palmeirense imaginava aquele placar tão favorável.

O coração gritava pra mim: estamos tão perto, a classificação vem!! Mas a cabeça ralhava: a classificação só vem no jogo da volta e o jogo só acaba com o apito final.

E a montanha russa de emoções palmeirense tem sido assim, há uma semana, controlando o otimismo com a racionalidade que é peculiar do alviverde. Ao longo dos anos, das histórias, dos títulos e principalmente dos revezes, aprendemos que o jogo só acaba quando termina. Aprendemos que em 90 minutos cabem todos os tipos de emoções e situações. Aprendemos que às vezes aqueles 5 minutos finais podem ser os determinantes, muito mais do que os 85 minutos que se passaram. A gente aprendeu que não se canta campeão antes da hora e nem mesmo que se comemora uma classificação antes do apito final.

A verdade é que o coração palestrino só respira aliviado ao ouvir o soar do último apito na partida. Sempre foi assim e continuará sendo assim. E é exatamente por isso que o Palmeiras não se julga classificado para final dessa Libertadores e menos ainda campeão, como teve jornal argentino cravando ao interpretar maldosamente um mosaico que mostra a busca pela nossa segunda taça. Maldosamente ou de cabeça pensada para inflamar o River Plate. Que seja!

Em 1999 o adversário alviverde na semifinal também foi o River Plate, mas no primeiro jogo saímos derrotados por 1 x 0. No Palestra Itália, vencemos, vencemos por um sonoro 3 x 0, tão sonoro quanto o placar que já conquistamos esse ano. E nem naquela época nos julgamos campeões, assim como agora sequer nos julgamos classificados.

A vantagem é alviverde, é claro! Podemos perder por dois gols de diferença que ainda seremos classificados! Caso o River consiga repetir o 0 x 3 para eles, a decisão vai para os pênaltis. Mas vantagem, senhores, não ganha jogo. Por mais que o coração queira pular do peito de ansiedade e nervosos, repetimos há uma semana um velho mantra palmeirense: calma, tranquilidade.

E assim tem sido, ao menos para o comandante Abel Ferreira. Além do comandante só ter permitido comemorar por 24 horas após a vitória da Argentina, ele vem mostrando que está levando muito a sério esse jogo da volta. Jogadores foram poupados no sábado no Brasileiro e no último treino realizado nesta segunda-feira até cobranças de pênaltis foram aprimoradas pelos atletas. Seriedade do trabalho do portuga!

Além dos desfalques já antigos por lesão (Felipe Melo, Wesley e Luan), o comandante também não poderá contar com Patrick de Paula que recebeu o terceiro amarelo na Argentina e cumpre suspensão e Gabriel Veron que teve uma lesão diagnosticada na coxa esquerda.

A provável equipe escalada por Abel é: Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Viña; Danilo, Gabriel Menino e Zé Rafael; Gustavo Scarpa, Rony e Luiz Adriano.

Não tenham medo da vitória, mas não desdenhem do adversário e do jogo, porque os deuses do futebol sempre são implacáveis com quem é soberbo!

Sempre e sempre avanti!