Neste dia 16 de junho o título da Libertadores faz 19 anos.


16 de junho de 1999, onde você estava? Já era nascido? Era muito pequeno? Estava no Palestra Itália? Ou estava no bar com os amigos?

Eu estava sentada no sofá da sala no auge dos meus juvenis 7 anos, depois de ter brigado com meus pais porque eu queria ver o jogo e eles queriam que eu fosse dormir porque tinha escola no dia seguinte.

Não importa onde você estava, se lembra em detalhes ou se tem lembranças juvenis daquele jogo, fato é que o dia 16 de junho de 1999 deve ser comemorado pela velha, atual e futura geração alviverde porque foi o dia em que conquistamos a América. E uma conquista deve ser comemorada para sempre!

O verdão fez parte do grupo 3 ao lado de Corinthians, Cerro Porteño e Olímpia, o chamado grupo da morte naquela época. O primeiro jogo foi contra o Corinthians no dia 27 de fevereiro de 1999, com vitória alviverde por 1 x 0, gol de Arce. O segundo jogo foi contra o Cerro Porteño por 2 x 5, em Assunção. Vitória de virada do verdão que tinha saído perdendo o jogo por 2 x 0, com dois gols de Júnior Baiano, um de Oséas, um de Cléber e um de Evair.

A primeira derrota foi contra o Olímpia também em Assunção, vitória deles por 4 x 2. Parecia que o verdão tinha encontrado a pedra no seu caminho. Os paraguaios vieram pra colocar água no chope verde, tanto que na partida da volta em São Paulo, o verdão não saiu do empate por 1 x 1.

A partida de volta contra o Corinthians teve mais uma derrota, dessa vez dois 2 x 1 para os alvinegros. Mas na última partida do grupo 3, o verdão enfrentou o Cerro Porteño e mais uma vitória. Verdão classificado em segundo lugar no grupo 2 com 10 pontos e Corinthians classificado em primeiro lugar com 12 pontos. Parecia realmente que a gente não ia se livrar tão cedo desses maledettos.

A oitavas de final foi contra o Vasco. O jogo da ida foi em um Paestra Itália lotado que viu o time amargar um empate com os cariocas em 1 x 1. A torcida ficou apreensiva e rezando para todos os Santos pela classificação. E ela veio em São Januário com um Palmeiras mais matador fazendo 2 x 4 na casa dos adversários, em inspirada noite de Alex que fez 3 gols.

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E nas quartas de final quei bastardia, Corinthians.

O primeiro jogo foi de mando alviverde, verdão venceu por 2 x 0. Mas no jogo da volta começava a nascer um Santo. No tempo normal o verdão amargou uma derrota por 2 x 0. No agregado tudo igual, 2 x 2 para as equipes, hora dos pênaltis, hora de São Marcos que ainda não havia sido santificado.

O goleirão parou Vampeta e viu Dinei acertar a trave, nos pênaltis 4 x 2 para o verdão, Corinthians eliminado pelo seu arquirrival histórico, com gols de Arce, Evair, Rogério e Zinho.

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Parece que os deuses do futebol estavam ao nosso lado aquele ano.

Na semifinal vinha outra pedreira: o River Plate.

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No jogo da ida, na Argentina, o verdão perdeu para os hermanos por 1 x 0. Missão pra ser revertida em casa. E missão dada, era missão cumprida pra esse time e no nosso Palestra vencemos por 3 x 0 os hermanos, em mais uma noite inspirada de Alex com 2 gols e um gol de Roque Júnior.

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Estávamos na final e o adversário era o Deportivo Cali. Dono da melhor campanha na primeira fase, o verdão iria decidir o jogo na nostra casa.

No jogo da ida a derrota foi magra, 1 x 0, o que nos dava a certeza de que dava pra reverter.

O jogo da volta foi duro, final de Libertadores não é brincadeira e aquele jogo foi tenso. O primeiro gol saiu dos pés do monstro Evair, aos 19 minutos da etapa final, ele que havia saído do banco no intervalo para marcar. O herói da paixão palmeirense, mostrou que ainda tinha conquistas a fazer.

De repente, tudo ficou em silêncio, tudo parou naquele primeiro pênalti. Mas depois a arquibancada começou a gritar cada vez mais, achei que tudo fosse cair nas nossas cabeças

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Do gol para o vestiário, Evair acabou sendo expulso no final daquele jogo e teve que acompanhar o fim da partida do vestiário. Mas aquele gol deixou tudo igual e a disputa estava indo para os pênaltis. Mas a gente sabe que com o verdão nada vem fácil e nenhuma conquista é tranquila, 5 minutos depois o Deportivo marcou o seu gol, também de pênalti. Ali, a taça era deles. Mas o jogo só acaba quando termina. 6 minutos depois foi a vez de Oséas marcar mais um. No agregado tudo igual: 2 x 2. Hora de pênaltis.

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Na hora dos pênaltis veio mais um susto. Zinho perdeu a primeira cobrança, soltou uma bomba na trave, o que fez o coração palestrino parar. Mas no futebol, às vezes, além de talento e tática é preciso ter sorte e estar nas graças dos deuses do futebol. Aquela era a nossa noite.

Junior baiano, Roque Júnior e Euller marcaram. E ai foi a vez dos deuses e nosso Santo atuarem. Marcos raspou na bola na cobrança de Deboya e a bola bateu na trave. A última bola que decidiria tudo, se perdessem o título era alviverde, se acertassem iríamos para disputas alternadas, estava nos pés de Zapata. Mas Zapata perdeu o pênalti e nós ganhamos o título de donos da América de 1999.

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O Palmeiras de Felipão, Marcos, Evair, Zinho, Roque Junior, Paulo Nunes, Arce, Alex, Oséas, Junior Baiano, Euller, Cesár Sampaio, Velloso, Galeano, Rogério, Cléber, Junior, Jackson, Rubens Júnior, Thiago Silva, Sérgio e outros ergueu a taça que nos dava direito de sermos os donos da América em 1999.

Título inesquecível da nossa história, da nossa memória e da nossa conquista.

Mesmo nas adversidades soube mostrar que de fato é campeão e transformou a Libertadores na nossa obsessão.

19 anos daquele 16 de junho, 19 anos que fomos os danos da América.

A alegria indescritível que essa lembrança traz pra gente só me traz a certeza que precisamos repetir isso o quanto antes! Quem sabe ainda esse ano? Há no ar uma semelhança grande em relação a libertadores de 1999, quem sabe os deuses do futebol não voltem a ouvir as nossas preces e deem uma forçinha.

Que os deuses do futebol estejam com a gente!