Divino, segundo o dicionário, é aquilo que está acima da compreensão humana, aquilo cujas qualidades ou características excedem às do mais perfeito padrão encontrado; excelente, magnífico, perfeito, sublime.

Magnífico dono do meio campo alviverde, homem quem fez a camisa 10 do Palmeiras ter um peso diferenciado, afinal não é fácil assumir a camisa que já foi de uma divindade, perfeita e sublime.

Ademir da Guia é carioca, filho do zagueiro Domingos da Guia chegou ao Palmeiras em 1961, com apenas 18 anos. E ali começava a construção de um dos maiores meio-campista da história do futebol, ídolo absoluto do alviverde e que contribuiu em muito na construção da história do clube.

A estreia do jovem garoto não poderia ser melhor. Sua estreia em campo aconteceu apenas no dia 22 de fevereiro de 1962 contra nada menos que o Corinthians pelo Torneio Rio-São Paulo. O garoto saiu do banco para ajudar a construir a vitória de 3 a 0 em cima do arquirrival alvinegro. Prelúdio de uma história grandiosa. Se firmou de vez em 1963 para jamais sair da história do verdão e da mente de seus torcedores.

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Ademir conquistou diversos títulos pelo Palmeiras, os principais são: Campeonato Paulista em 1963, 1966, 1972, 1974 e 1976; Torneio Rio-São Paulo em 1965; Campeonato Brasileiro em 1967 (Torneio Roberto Gomes Pedrosa), 1967 (Taça Brasil), 1969, 1972 e 1973. Foram 903 jogos com a camisa do Palmeiras, o jogador que mais vestiu e honrou o manto e 154 gols marcados com ela.

Ademir sempre foi diferenciado, um jogador a frente seu tempo que sabia fazer verdadeira sinfonia com os pés. É difícil encontrar palavras que descrevam o que era a sua visão de jogo, o seu domínio da bola que parecia se grudar ao seu pé, a tranquilidade para armar uma jogada e a sua absurda técnica. Por isso a única palavra que se aproxima do que ele era é apenas: Divino!

Divino que liderou a Academia de Futebol que ensinou o futebol ao mundo, que fez frente ao Santos de Pelé quando ninguém mais conseguia, que fez dupla com Dudu, que foi injustiçado e não foi convocado por Zagallo para fazer parte da seleção brasileira em 70, mas representou a mesma seleção brasileira com o nosso Palmeiras.

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Ademir era o gênio da bola, o profissional que honrou o nosso clube e não há como não amarmos alguém que tanto honrou o nosso Palmeiras e que encheu a nossa sala de troféus.

A simplicidade do indivíduo Ademir até destoa a genialidade do jogador. Simplicidade do homem que mesmo tantos anos depois de deixar os gramados segue ao lado do verdão em praticamente todos os jogos e mesmo sem vestir a camisa como jogador, hoje a veste como torcedor.

A genialidade dos pés e a simplicidade do ser-humano fazem Ademir ser o maior craque da história alviverde. Anos e anos após deixar o gramado, palmeirenses que, como o eu, não o viram jogar continuam tendo absurdo carinho pelo jogador. Carinho que Ademir conquistou em campo e fora dele sempre respeitando o clube. Divino é a própria personificação da alma palestrina, lutador, decidido, brilhante, mas também humilde. Divino é o Palmeiras e o Palmeiras é o Divino em uma simbiose mística que só os deuses do futebol podem proporcionar.

Divino em campo, maestro dos pés, eterno na academia e em nossos corações Divino entrou no Palestra para de lá só sair eterno.

Hoje o nosso Divino faz 75 anos, dos quais dedicou 16 ao Palmeiras e a nós torcedores só nos resta agradecer por tudo que fez e por tudo que é porque sem ele nossa história não teria a mesma graça.

Parabéns Ademir!